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Quenianos dominam a 23ª Maratona de São Paulo

Paul Kimutai tornou-se o bicampeão da prova, repetindo o feito de 2016. Leah Jerotich venceu em sua estreia na disputa. Edson Amaro dos Santos, em 2º, e Marizete Moreira, em 4º, foram os melhores brasileiros. Prefeito João Dória deu a largada da prova

09.04.2017  |  68 visualizações
São Paulo (SP), 09/04/17 - Paul Kimutai e Leah Jerotich venceram neste domingo, 9 de abril, a 23ª Maratona Internacional de São Paulo. O evento reuniu 18 mil atletas e os melhores nomes do esporte no país e destaques do exterior no desafio dos 42.192 metros pelas ruas e avenidas da capital paulista. O que o Quênia tem a ver com São Paulo? 9.740 km de distância entre a capital do país africano, Nairobi, e a metrópole paulista. São pelo menos 15h de viagem que podem ser resumidos a pouco mais de 2h no asfalto bandeirante. Afinal, pelo quarto ano consecutivo, no masculino, e terceiro, no feminino, os atletas quenianos dominaram a 23ª edição da Maratona Internacional de São Paulo.

No masculino, Paul Kimutai, um dos favoritos ao título, mostrou a que veio e com uma corrida bastante consistente, repetiu o feito de 2016, sagrando-se o grande campeão da Maratona Internacional de São Paulo, pelo segundo ano seguido, cruzando a linha de chegada com o tempo de 2h17min56seg. Mas o queniano não teve vida fácil, e foi acompanhado de perto pelos atletas brasileiros. E, foi apenas no km 30 da prova que ele começou a ter um pouco mais de vantagem e passou a abrir um pouco. A partir daí, ditou bom ritmo para não sair mais da liderança, alcançando a vitória, sua segunda consecutiva na principal prova do calendário.

"É minha segunda vitória na Maratona Internacional de São Paulo. Hoje fiquei feliz em defender e manter o título. Agora sou o bicampeão da prova. Mas não foi fácil. Estava calor e isso dificultou. Depois do km 30, quando assumi mesmo a liderança, comecei a gostar mais da prova, curti o percurso e fui administrando para vencer", contou Paul Kimutai, bicampeão da prova.

O restante do pódio foi composto por brasileiros. Edson Amaro Arruda dos Santos em segundo, seguido por Franck Caldeira de Almeida (3º), Wellington Bezerra da Silva (4º) e Francisco Ivan da Silva Filho (5º). O baiano Edson travou boa briga com seus compatriotas e também com o queniano Paul. O atleta segundo colocado chegou a liderar a prova, mas acabou tendo que diminuir um pouco para conseguir completar bem e garantir o resultado.

"Fiz um trabalho específico para essa prova. Estava num ritmo tranquilo e revezava ali na frente, quando o Wellington começou a forçar e puxar mais, e foi aí que eu senti um pouco, porque estava fugindo do meu ritmo. Tive que diminuir e voltar para o meu ritmo. Depois do km 32 eu comecei a crescer na prova, aos poucos, porque voltei a fazer o que havida treinado. Superei o Wellington faltando 1,5 km para o fim e vim na raça. Em 2015 eu fiquei em quinto, ano passado não vim para a prova, e agora retornei bem. Estou muito feliz", comemorou o corredor de 32 anos, natural de Juazeiro (BA).

Terceira colocada na Meia Maratona do Rio de Janeiro em 2016, Leah Jerotich, também do Quênia, não deu chances para as adversárias e dominou a disputa feminina, conquistando o primeiro lugar com o tempo de 2h41min58seg. A atleta de 29 anos teve bom ritmo nos primeiros 20 quilômetros, quando conseguiu a fuga e passou a liderar a prova, daí em diante, sem sofrer ameaças das oponentes, começou a administrar a vantagem, se mantendo a frente das concorrentes.

"Estou feliz com o resultado. É minha primeira participação nesta prova e já consegui esse resultado. Foi muito bom. Mas o clima úmido me incomodou um pouco, especialmente no começo. Também senti um pouco de dificuldade por conta do percurso, caracterizado por muito sobe e desce. Mas no quilômetro 20, já na metade da prova, consegui abrir um pouco e depois fui administrando", contou a vencedora.

Duas outras atletas do país africano chegaram na sequência. Priscilla Lorchima em segundo e Christine Chepkemei, em terceiro. Depois, foi a vez das brasileiras Marizete Moreira dos Santos, quarta colocada, e Simone Ponte Ferraz, com a quinta colocação. Elas repetiram o resultado da prova de 2016. E novamente colocaram o Brasil no pódio da disputa.

Aos 42 anos, uma veterana da prova, Marizete ficou feliz com o resultado. E dedicou seu quarto lugar à memória do pai, falecido há quase um ano. "Me sinto lisonjeada de chegar, aos 42 anos, e ainda estar correndo neste nível. É muito gratificante. Foi uma prova muito boa. No km 21 já estava em quarto e fui só mantendo e graças a Deus consegui o resultado. Esse ano a prova aconteceu mais cedo no calendário, então minha preparação teve que ser acelerada. Também passei pela perda do meu pai, e o emocional acaba interferindo um pouco, acho que o treinamento não rendeu tanto, mas faz parte. Estou feliz, e dedico esse resultado ao meu pai e a todos que torceram por mim", concluiu a atleta bicampeã da Maratona, e que foi a última brasileira a vencer, em 2009 e 2010.

Recorde da prova continua sendo verde e amarelo

A 23ª Maratona Internacional de São Paulo contou com um convidado de honra: Vanderlei Cordeiro de Lima, dono do recorde da prova (em 2002), com o tempo de 2h11min19seg. O ex-maratonista é medalha de bronze em Atenas (2004), e responsável por acender a pira olímpica nos Jogos Rio 2016, foi o padrinho da disputa deste domingo.

"Para mim é maratona é prova mais importante do cenário esportivo nacional. E fico muito feliz com esse reconhecimento. Ser o padrinho desta disputa é muito gratificante. Meu tempo, em 2002, que ainda é o recorde da prova, foi fruto de muito trabalho e planejamento focado no desempenho. Mas acredito que seja importante para o evento que alguém supere esse tempo. Sigo na torcida para que isso seja feito por um brasileiro", disse.

A 23ª Maratona Internacional de São Paulo, assim como aconteceu na Meia Maratona de São Paulo, contou com diversas dinâmicas para coibir a presença de "pipocas", como o controle de acesso mais rigoroso, intensa comunicação pelas redes sociais, comunicação estática ao longo do percurso, destacando que os serviços são para o corredor devidamente inscrito. Tais ações permitiram diminuir bastante a presença de "pipocas", garantindo a qualidade e estrutura do evento para os atletas inscritos. Esse trabalho será continuado de forma significativa nas demais provas da Yescom.

Resultados 2017

Masculino
1) Paul Koech Kimutai (Quênia), 2h17min56seg
2) Edson Amaro Arruda dos Santos (Brasil), 2h21min40seg
3) Franck Caldeira de Almeirda (Brasil), 2h21min53seg
4) Wellington Bezerra da Silva (Brasil), 2h22min37seg
5) Francisco Ivan da Silva Filho (Brasil), 2h24min54seg

Feminino
1) Leah Jerotich (Quênia), 2h41min58seg
2) Priscilla Lorchima (Quênia), 2h51min04seg
3) Christine Chepkemei (Quênia), 2h52min33seg
4) Marizete Moreira dos Santos (Brasil), 2h55min51seg
5) Simone Ponte Ferraz (Brasil), 2h56min58seg

Cadeirantes

Masculino
1) Leonardo de Mel (Edvandro Júnior), 1h46min14seg
2) Wellington de Souza Junior (Smafel), 3h12min12seg

Feminino
1) Aline dos Santos Rocha (Jumper TAM), 2h00min30seg
2) Vanessa de Souza (Fast Wheels), 2h11min02seg
3) Maria de Fátima Chaves (Fast Wheels)

A 23ª Maratona Internacional de São Paulo é uma realização e organização da Globo e Yescom, com patrocínio de Caixa e Fila e copatrocínio Café 3 Corações, Gatorade, Probiótica e Garmin. O apoio especial é da Prefeitura de São Paulo e Governo dos Estado de São Paulo, com apoio de Cânfora Bravir, DoisCunhados, Montevérgine, Água PassaQuatro, Velocità, Tatuagem Mania, Verde Campo e Village. Promoção e transmissão são da Globo, Esporte Espetacular, EuAtleta.com e GloboEsporte.com. A supervisão é da Federação Paulista de Atletismo, CBAt, AIMS e IAAF.

Mais informações no site oficial, www.maratonadesaopaulo.com.br


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